A Direção-Geral da Saúde (DGS) fez um plano para a retoma gradual da prática desportiva, dando "luz verde" ao regresso das modalidades de baixo risco a partir de 5 de Abril. O Badminton é uma das primeiras modalidades a regressar aos treinos e às competições oficiais. Falamos com Pedro Lopes, director da modalidade no Clube de Albergaria, sobre a retoma desportiva e os desafios para um futuro de incerteza.
CA – O desporto, à semelhança de outras actividades, vive em sobressalto há mais de um ano devido à pandemia de Covid 19, com treinos e competições suspensos durante vários meses. Foi um ano perdido a nível desportivo?
Pedro Lopes – Sim, foi um ano perdido. Praticamente não houve competição, os treinos também eram limitados e os próprios atletas acabaram por se desmotivar. O Clube de Albergaria até iria realizar alguns torneios, mas com todas as normas impostas pela DGS os poucos torneios que se realizaram foram no Centro de Alto Rendimento nas Caldas da Rainha.
CA – Na tua opinião, de que forma pode o desporto e o Badminton em particular, recuperar deste período de paragens e incerteza? Quais os principais constrangimentos e desafios para o futuro próximo?
PL – Bem, na minha opinião não há muito a fazer. Acho que recuperar nunca o iremos conseguir fazer. O importante é conseguirmos proteger-nos até estarmos vacinados. Tenho a certeza que brevemente iremos retomar a nossa atividade desportiva e não falo só do Badminton, mas sim do desporto em geral, e então depois pensar em algo como por exemplo organizar um torneio Internacional em Albergaria.
CA – O Badminton, enquanto modalidade de baixo risco, será uma das primeiras modalidades desportivas a regressar aos treinos e competições. Qual é a expectativa do Clube de Albergaria e dos seus atletas para as provas a disputar no que resta da época?
PL – A época desportiva vai retomar com torneios já em abril. Foram cancelados torneios porque já não dava para os encaixar no calendário da época 2021. Os treinos não foram muitos ou quase nenhuns. É difícil traçar um objetivo, mas o que prometemos é honrar e dignificar este clube de referência nacional, tentando sempre conquistar os melhores resultados possíveis nos torneios em que o Clube de Albergaria marque presença.
CA – Com décadas de atividade no Clube de Albergaria, o Badminton conquistou vários títulos individuais e coletivos a nível zonal e nacional. Que balanço fazes dos últimos anos em que és o responsável pela secção e como projectas o futuro da modalidade no nosso clube?
PL – O Clube de Albergaria é um clube de referência a nível nacional. Para além de um treinador com um curriculum invejável, temos atletas que já deram muito ao Badminton. Como ninguém vive do Badminton, muitas vezes a vida profissional impossibilita os atletas de serem mais assíduos aos treinos e até mesmo aos torneios. Mas mesmo assim, fruto de muita experiência e de já terem sido atletas de seleção, os resultados vão aparecendo. Em relação aos atletas não seniores, desde que nos mudámos para o Pavilhão de Angeja, perdemos alguns atletas de formação. Mas o nosso principal objetivo, assim que consigamos recuperar e voltar à normalidade, é voltar a apostar na formação.
CA – A formação é essencial para todos os clubes e modalidades. Estão previstas iniciativas para captar novos atletas? Como descreverias o Badminton a uma criança ou jovem que pretende descobrir a modalidade?
PL – Apostar na formação é apostar na continuidade do Badminton. Assim que nos seja permitido, vamos organizar torneios de divulgação para os mais jovens. Só divulgando, mostrando como se joga e partilhar todo o espírito que se vive num torneio é que podemos cativar um jovem a vir experimentar Badminton.
Pedro Lopes tem 41 anos e é natural de Albergaria-a-Velha. Consultor comercial na Ascendum Camiões há 22 anos, é um amante do desporto e neste momento tem duas paixões. Uma delas é o Trail Running, onde faz maioritariamente provas ultras. A outra é o Badminton, modalidade que pratica há sensivelmente 28 anos, sendo que nestes últimos, para além de atleta, é também seccionista da modalidade no Clube de Albergaria.
"Nunca fui muito bom em desportos coletivos, mas gostava de praticar desporto. Como tinha familiares a praticar Badminton, decidi experimentar e nunca mais parei. Estive apenas afastado da atividade desportiva durante um pequeno período devido a uma lesão e depois devido á minha atividade profissional, mas depois regressei com a força toda."